3 de jan. de 2007

Mitologia Grega - Ártemis

Na Grécia, Ártemis (em gr. Άρτεμις) era uma deusa ligada inicialmente à vida selvagem e à caça. Durante os períodos Arcaico e Clássico, era considerada filha de Zeus e de Leto e irmã gêmea de Apolo; mais tarde, associou-se também à luz da lua e à magia. Em Roma, Diana tomava o lugar de Ártemis, frequentemente confundida com Selene ou Hécate, também deusas lunares.

Mito

O seu mito começa logo à nascença. Ao ficar grávida, a sua mãe incorreu na ira de Hera que a perseguiu a ponto de nenhum lugar, com receio da deusa rainha, a querer receber quando estava prestes a dar à luz. Quando finalmente na ilha de Delos a receberam, Ilítia, filha de Hera e deusa dos partos, estava retida com sua mãe no Olimpo. Leto esperava gémeos, e Ártemis, tendo sido a primeira a nascer, revelou os seus dotes de deusa dos nascimentos auxiliando no parto do seu irmão gêmeo, Apolo.

Deusa da caça e da serena luz, Ártemis é a mais pura e casta das deusas e, como tal, foi ao longo dos tempos uma fonte inesgotável da inspiração dos artistas. Zeus, seu pai, presenteou-a com arco e flechas de prata, além de uma lira do mesmo material (seu irmão Apolo ganhou os mesmos presentes, só que de ouro). Todos eram obra de Hefesto, o Deus do fogo e das forjas, que era um dos muitos filhos de Zeus, portanto também irmão de Ártemis. Zeus também deu-lhe uma corte de Ninfas, e fê-la rainha dos bosques. Como a luz prateada da lua, percorre todos os recantos dos prados, montes e vales, sendo representada como uma infatigável caçadora.

Tinha por costume banhar-se nas águas das fontes cristalinas; numa das vezes, tendo sido surpreendida pelo caçador Acteon que, ocasionalmente, para ali se dirigiu para saciar a sede, transformou-o em veado e fê-lo vítima da voracidade da própria matilha.

Outra lenda nos conta que, apesar do seu voto de castidade, tendo ela se apaixonado perdidamente pelo jovem Orion, e se dispondo a consorciá-lo, o seu enciumado irmão Apolo impediu o enlace mediante uma grande perfídia: achando-se em uma praia, em sua companhia, desafiou-a a atingir, com a sua flecha, um ponto negro que indicava a tona da água, e que mal se distinguia, devido à grande distância. Ártemis, toda vaidosa, prontamente retesou o arco e atingiu o alvo, que logo desapareceu no abismo no mar, fazendo-se substituir por espumas ensangüentadas. Era Orion que ali nadava, fugindo de um imenso escorpião criado por Apolo para persegui-lo. Ao saber do desastre, Ártemis, cheia de desespero, conseguiu, do pai, que a vítima e o escorpião fossem transformados em constelação. Quando a constelação de Órion se põe, a de Escorpião nasce, sempre o perseguindo, mas sem nunca o alcançar.

É representada, como caçadora que é, vestida de túnica, calçada de coturno, trazendo aljava sobre a espádua, um arco na mão e um cão ao seu lado. Outras vezes vêmo-la acompanhada das suas ninfas, tendo a fronte ornada de um crescente. Representam-na ainda: ora no banho, ora em atitude de repouso, recostada a um veado, acompanhada de dois cães; ora em um carro tirado por corças, trazendo sempre o seu arco e aljava cheia de flechas.

O absinto (Ártemisia absinthium L.) era uma das plantas dedicadas à deusa.

O templo de Ártemis em Éfeso foi uma das sete maravilhas do mundo antigo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá.

O q mais me assombra é a natureza extrema e exageradamente humana dos deuses greco-romanos.

É bem como o q andei lendo nos últimos dias... nós é fizemos Deus (e os deuses, neste caso) à nossa imagem e semelhança, e não o contrário. Perdoem-me os leitores ortodoxos...

Fada disse...

O Mito é um recurso psicanalítico pré-Freud... Creio que os gregos, em sua sabedoria clássica, já utilizavam a psicanálise das massas através do uso dos Mitos. O que acham?
F+